20/07/10

Decrescimento, livro coletivo de alternativas.



Editado polos Libros de la Catarata e dirigido e excelentemente prologado por Carlos Taibo, unha das referencias da opción do decrecemento no Estado espahol que, aliás, achega no limiar dez observaçons imprescindíveis sobre o que nos diz o devandito projecto, a presente obra achega unha dúzia de artigos originais sobre a incidência prática que teria a escolha do decrescimento em diferentes aspectos das sociedades e do planeta.


Como indica o seu diretor: “Hoxe en día dispomos dunha teoría xeral sobre o decrecemento que foi adquirindo cada vez máis forza. Para completar este proxecto, con todo, urxe trasladar os conceptos teóricos xerais a ámbitos máis concretos. Isto é precisamente o que propoñen os autores: unha reflexión sobre o que debería cambiarse na vida cotiá a través do estudo de doce terreos relevantes do decrecemiento: o medio urbano e o medio rural, as mulleres e as migracións, a sanidade e a educación, o mundo sindical e o lecer, o transporte e os medios de comunicación, os indicadores económicos e os países do Sur. Deste xeito, a obra achega unha visión do decrecemento bastante novidosa e pouco tratada na literatura máis copiosa do tema, a das escolas francesa e italiana e que, sen ser aínda exhaustiva en moitos casos, quere dar un primeiro paso na aplicación e consecuencias prácticas do decrecemento.
No libro participaron os seguintes autores, moitos activistas de movementos sociais: Iñaki Barcena, José Vicente Barcia Magaz, Chema Berro, Manuel Casal Lodeiro, Fernando Cembranos, Enrique Javier Díez Gutiérrez, José Luis de la Flor, Luis González Reyes, Yayo Herrero, Paco Puche, Eugenio Reyes, Manoel Santos e o propio Carlos Taibo.
Os textos que compoñen o volume son os seguintes:
  • Decrecimiento y mujeres. Cuidar: una práctica política anticapitalista y antipatriarcal. Por Yayo Herrero.
  • Decrecimiento y migraciones. Por Manoel Santos.
  • Decrecimiento y medio urbano. Tres discursos sobre el decrecimiento de las ciudades. Por Eugenio Reyes.
  • Decrecimiento y medio rural. Recuperación de la resiliencia rural en los albores del decrecimiento energético. Por Manuel Casal Lodeiro.
  • Decrecimiento y sindicalismo. Por Chema Berro.
  • Decrecimiento y educación. Por Enrique Javier Díez Gutiérrez.
  • Decrecimiento y salud. En torno a la soberanía sanitaria y el decrecimiento. Por José Luis de la Flor.
  • Decrecimiento y transporte. De los mitos del transporte a la utopía ecologista. Por Iñaki Barcena.
  • Decrecimiento e indicadores económicos. Pérdidas que hacen crecer el PIB. Por Fernando Cembranos.
  • Decrecimiento y ocio: Decrecimiento y tiempo para la vida. Por Paco Puche.
  • Decrecimiento y medios. La información y la comunicación vistas desde el Decrecimiento. Por José Vicente Barcia Magaz.
  • Decrecimiento y relaciones centro-periferia. Por Luis González Reyes.
  • Bibliografía geral sobre o decrescimento.
Crises energética, interesses privados, decrescimento
Carlos Taibo , artigo tirado do portal Altermundo.




 A ninguém se lhe escapa que nos enfrentamos a um horizonte energético muito delicado em que se dam cita por igual um acelerado processo de esgotamento de recursos -com o encarecimento conseguinte destes- e umha demanda geral consolidada polo crescimento das chamadas economias emergentes.
A duras penas surprenderá que perante semelhante cenário proliferaram tentativas de perfilar soluçons. Acolhamo-nos a um deles que -parece- retrata o círculo vicioso em que se topam imersos a maioria dos dirigentes políticos e ilustra no seu caso, tamém, a sumisom que estes mostram perante os interesses de poderosas empresas privadas.
Fai uns dias, numha entrevista que concedeu a um canal de televisom, Felipe González, o ex-presidente do Governo espanhol, refiriu-se à questom que nos ocupa e identificou três grandes medidas que - cabe entender- deviam desenvolver-se simultaneamente. Se a primeira era o progressivo despregue de energias renováveis, a segunda aconselhava diversificar as fontes de suministro e a terceira sugeria reabrir, em fim, o debate relativo à energia nuclear.
Rem hai que opor, por lógica, ao despregue de energias renováveis, no bom entendido de que estas nom devem servir - como se adivinha em muitos dos discursos oficiosos ao uso - para preservar o estilo de vida depredador e desplilfarrador que se tem imposto entre nós. A própria lógica dessas fontes de energia reclama umha atitude, individual e coletiva, estreitamente vencelhada com a singeleza e a sobriedade voluntária ou, o que é o mesmo orgulhosamente longínqua das exigências do mercado e do seu permanente e artificial criaçom de necessidades.
Tampouco hai nada sustancioso que opor à sugestom de que hai que diversificar as fontes de suministro, e isso por muito que a proposta beba quas sempre da política mais convencional. Sublinhemos ao respeito que a sugestom de González pode ser interpretada quando menos em dous sentidos diferentes. Enquanto o primeiro aponta que devemos diversificar as fontes de energia, sem mais, o segundo interpreta que temos de procurar um abano mais amplo de abstecedores - empresas ou Estados - a efeitos de nom contrair dependências abusivas com nengm deles. Nom está de mais sublinhar, isso si, que acaso a melhor maneira de sortear essas dependências é a que passa por reduzir, mais umha vez, os nossos amiúdo hilarantes níveis de consumo, perspetiva que - como de seguido me verei obrigado a sublinhar - está dramaticamente ausente nas agendas oficiosas.
Muito menos estimulante é a terceira das propostas vertidas por González. Falo, claro é, da que se refere a umha energia, a nuclear, que me temo é pam para hoje e fame para manhá. Os que desejam converter essa modalidade de energia na tábua de salvaçom para as nossas economias assinalam comunmente que será mester multiplicar por três o número de centrais atómicas existentes no planeta. Se temos em conta que as estimaçons concluem que hoje temos uránio para um escasso meio século, o cálculo antolha-se singelo: de verificar-se a multiplicaçom referida, restará-nos uránio para três lustros. Ainda que nom só se trata disso: sabido é que, enquanto os resíduos gerados polas centrais nucleares configuram um dramático presente para as geraçons vindouras, a construçom daquelas é muito lesiva [ n. t. e vira-se caríssima polo que requere fortes subvençons públicas] em termos de cámbio climático, a nergua que produzem resulta sempre custosa e, por deixá-lo aí, as condiçons de segurança deixam muito que desejar. Circunstáncias como as mencionadas aconselham concluir que a energia nuclear nom é essa cómoda e higiénica panaceia que alguns, amiúdo interessadamente, apreciam.
Vaiamos, no entanto, ao principal e identifiquemos a carência mor, muito significativa, que arrastram as declaraçons de Felipe González. É surprendente que, quando o ex presidente assume a tarefa de procurar respostas a umha crise energética que é já umha realidade palpável, olvide a principal: a que reclama reduçons notáveis nos nossos níveis de produçom e de consumo e, mais alá dellas, umha reorganizaçom das nossas sociedades sobre a base de princípios diferentes (entre eles a primacia da vida social face à lógica da produtividade e da competitividade, o reparto do trabalho, umha renda básica de ciudadania, a necessária reduçom das dimensons de muitas infraestruturas produtivas, administrativas e de transporte, ou, em fim, a recuperaçom do local face a loucura da globalizaçom desbocada).
Se alguém me pergunte por quê Felipe González - e com el tantos outros - prefere esquivar um horizonte tam razoável e fazê-lo como esse, responderei sem marge para a dúvida: porque esse horizonte implica questionar a lógica sacra do mercado e, com ela, os interesses de poderosas empresas que cismam em conduzir-nos caminho do abismo. Como é possúvel que ao tempo que se di apostar pola sustentabilidade se perfile um programa de ajudas públicas chamadas a facilitar a aquisiçom de carros privados, isto é, a promoçom dum dos elementos centrais que dam conta da insustentabilidade energética e medioambiental das nossas sociedades?
Que estamos obrigados a introduzir energias limpas e renováveis resulta evidente. Quase tanto como que, ao tempo, devemos apostar com rotundidade, no Norte opulento, por significativas reduçon nos níveis de produçom e de consumo que dam asas a umha orde de cousas em que saiam avante, com nom menor rotundidade, a atençom das necessidades sociais insatisfeitas e o respeito inequívoco do médio natural.

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