30/08/10

Mar adentro... debulhando a palestra de Beiras em Sober.

I Terra Ancha

<< A Índia tem que atingir ainda a independência social, moral e económica para as suas setecentas mil aldeias, que se distinguem das suas cidades e povos. A luita pola ascendência do poder civil sobre o militar terá lugar no progresso da Índia para umha meta democrática>>, Mahatma Gandhi: Draf Constitution of Congress (1948).

<< Fraga [ponde hoje o 'Habichuela'] veu eiquí e está entre nós, os mortais, para iso mesmamente: pra desmontar as vértebras do país peza por peza; pra exterminar os seus sinais de identidade material e cultural; pra extirpar os sectores produtivos que colisionan coa uniformización globalizadora; pra cauterizar os centros ...de decisión empresarial autóctonos; pra valeirar ao cabo de contido a autonomía política de Galiza e convertila no oco sombreiro "bombín" de Magritte co rótulo "pra uso externo" - rótulo que deste xeito cobra un siñificado direitamente comprensíbel sen metáfora surrealista, a saber: a autonomía galega está pra que a usen os poderes públicos e privados de fóra, externos ao proprio país. (...) vostede non veu eiquí pa defender o patrimonio e o benestar dos galegos, senón pra venderlles aos de fóra as terras e as empresas, as vacas e os barcos, as metalurxias, asteleiros, conservas, manufacturas diversas, os montes viciñais e até mesmo os curso dos ríos>>, Xosé Manuel Beiras Torrado, debate do Estado da Naçom 28-9-1999.


Levo já um tempo querendo repasar os meus depoimentos sobre o que dixo, ou sobre o que eu malamente entendim mais bem, Beiras no nosso I Encontro de Verao. Foi nesse lugar onde as irmás e os irmaos do Encontro Irmandinho passamos umha magnífica jornada de convívio da que agora quero fazer um remake para treinar o caletre neste tempo em que a seitura está já rematada e se aproxima o vigoroso tempo outeiriám que ia entre a vendima e a castanheira.

Dizia o nosso irmao que esta ilha sem mar ao Leste que é a Galiza levava séculos sem viver a sua própia história, levava demasiados anos negando-se e sofrendo a história de Espanha na Galiza, na sua fase de mais solera e alienaçom: a da II Restauraçom bourbónica. Vem-se-me à cabeça aquela estampa de Castelao: "- Hay que cuidar España. / - Melhor Espanha tem que nos coidar a nós".

Vai por diante que este marchamo canhí, onde os "galegos coma ti" se disfarçam de gaiteiros para bater com o malho nos galegos de naçom coma Nós, esta aberraçom chamada autonomia tinha como alvo esfarelar, tripar e esganar as arelas dos nacionalistas, de todos os bons e generosos pondaliáns. Descafeinar o autogoverno, a nom-dependência, que democraticamente reside nas cidadás e nos cidadaos galegos como sujeitos políticos e jurídicos da naçom mediante o "café para todos" numha democracia burguesa - umha contraditio in terminis tam funda como a madeira férrea- engalanada para suceder com sucesso a aquela democracia orgánica que espichou de tromboflebite, quando finalmente caiu O porco de pé.


Aqui nom houvo ruptura democrática nem Cravos, só umha perpétua guerra colonial para rematar como um monarca e um feixe de irmandinhos... algo deve haver da doutrina dos dous mundos no nacionalismo galego feita poema e, infelizmente, constante histórica deste povo: "um passo adiante e outro atrás Galiza e a teia dos teus sonhos nom se move aram os bois e chove" como começava o poema "Penélope" de Dias Castro. Algo também daquela sentência retranqueira do Marx - nom o Groucho, que bem poderia ser, mas do nosso Marx-: "a história repete-se duas vezes: umha como comédia e outra como tragédia" que em galego de Chantada vem sendo "o que nom quere umha taça de caldo come duas" e ei-la Constituiçom de 1978 elevada a Sharia pola oligarquia da II Restauraçom bourbónica, que aboliu a Lei Sálica para sancionar a Lei Sádica. Nom falo da Lei de Partidos, que bem poderia ser, mas na impunidade para malhar e bater nas classes populares que tornárom possível toda a sua letra morta progressista - que a tem- e conquistárom na rua e com sangue o que eles coidavam o fim da ditadura. Já se sabe, Espanha, como a mona, nem vestindo-se de seda.

Aquele texto feito de arriba para baixo bem podia ter como preámbulo o Gatopardo de Lampedusa se nom fora porque o conto é triste para rir. Aquele texto foi erguido em sacrossanto contubérnio, tal becerro de ouro, para pejar a sociedade civil numha contínua involuçom, agora brutal no século XXI das tebras com as políticas recentralizadoras e ultraliberais no gaznate; a emergência do "fascismo social" de que falava Boaventura de Sousa Santos, isso si, com novas roupagens, que só enganam a aqueles coitados que batiam palmas quando passava raínha nua teimando em que levava um precioso vestido. Nom houvo queda com o fascismo, "transiçom" para um aggiornamento - Suresnes e eurocumunismo de por meio, "nunca lhe-lo perdoaremos"- de volta as suas essências nacional católicas. Dizia umha personagem em La Verdad sobre el caso Savolta que "la vida es un tiovivo que da vueltas sin parar y te apea en el mismo lugar en el que has subido". Que lho perguntem a Fraga, a Aznar, a Cheny, a Rummsfeld, a Blai e às portas giratórias e nom as do hotel Ritz precisamente:

ao cabo, os processos históricos acabam por trascender tódalas Constitucións habidas e por haber nas civilizacións democráticas do planeta. Vostede [Fraga Iribarne] fai o contrario: invoca constantemente á Constitución, mas concúlcaa na sua prática de goberno e pasa dela cando ao seu partido ou aos seus xefes de Madrid lles peta (1).

Umha chave da transiçom de Guatemala para Guatepeor de que nunca se fala segundo o nosso irmao é a má fortuna histórica do nosso povo devido a que a hitórica de Espanha, o Atila na Galiza, desde o século XVI em diante foi a contrapé da história europeia. A tese e a antítese, a comédia e a tragédia... só nos falta a catarse... como em Irlanda! como em Irlanda!

Quando Europa andava na Reforma, aqui Contrarreforma, quando a Ilustraçom alicerçava o século das luzes e quando a Ilustraçom revolucionária dos Robespierre, Marat, Saint-Just, Marx, Proudhon, Bakunin, Kroptokin, Engels, etc. conseguiam que o século XIX anda nom rematasse hoje, aqui Inquisiçom, Carlismo, e enfrontamentos entre moderados e liberais... Quando Bóveda entregava na caeira a sua vida por Galiza com sangue vermelha e dourada, Franco desatava qual leviatám a Peste, as três pragas de que Castelao falaria logo em Valência e, em fim, quando morreu o porco mor, chegou Fraga a Elsinor e de Terra Ancha voltárom os godos. Umha saga/fuga do caralho: me saco el cráneo.

Porém a peste segue começando polas rataças, essas com a que luitam os homes na Galiza desde que chegara o neto de Noé a Finis Terrae, essas que, como lembrava Luís Seoane, sempre nos ganham. E o nosso señor y dador de peste é o Habichuela, como o perfil e a catadura moral de Fernando VII, "el Deseado" como nos recordava Beiras, ainda que sem o seu particular Divino Sainete após as mortes de dous brigadistas e o ocultamento e desinformaçom.


(1) BEIRAS TORRADO, Xosé Manuel: O Estado da nación, Compostela: Laiovento, página 347.


II "Quanto pior melhor"


<< (..) iam pridem, ex quo suffragia nulli uendimus, effudit curas; nam qui dabat olim imperium, fasces, legiones, omnia, nunc se continet atque duas tantum res anxius optat, PANEM ET CIRCENSES>>, Juvenal: Satira X 10.77–81.

<< Os donos do capital vam estimular a classe trabalhadora a comprar bens caros, casas e tecnologia, fazendo-os dever cada vez mais, até que se torne insuportável. O débito nom pago levará os bancos à falência, que terám que ser nacionalizados polo Estado>>, Karl Marx : Das Kapital (1867).


A começos da década de setenta esfarelou-se o modelo dos "trinta gloriosos" do capitalismo, matraca que rematou num matoso sonho assulagado, a excepçom que confirma a regra predatória e assassina do capitalismo e os seus arrepios à desmundializaçom.

A crise financeira dos setenta da pé a que Nixom, Milton Freedman & CIA decidam a anulaçom da convertibilidade do dólar em ouro assentando o que Peter Godwan denominou o regimem dólar-Wall Street. Todo seja polos valores.

O capitalismo, quando Reagan chega ao poder e fabrica a Rambo, topava-se numha crise de superproduçom que resolveu redistribuíndo a riqueza de abaixo para a cima com o ultraliberalismo por bandeira e esquecendo a tendência à baixa da taxa de ganho que Marx descrevera um século antes, assim como os problemas associados ao recurtamento extremo do período de reproduçom do capital outorgando-lhe ao capital-financeiro a hegemonia e fazendo do dinheiro a mercadoria por excelência. A new brave world, nom?

O agro galego e a sua etiologia podem olhar-se desde esta óptica, como apontou Beiras. O capital reinvertiu-se em especulaçons, em capital financeiro (C-C2 até que caput) e nom na produçom em claro retrocesso desde os setenta, quando nasce lembremos a frágil "democracia" do Reino semi-destonado do Reino da Espanha, com os operários na rua e sem mudar desde entom o modelo de praia e tixolo do dessarrollismo franquista que foi umha "obra de deus" quando os governantes contavam com a sua graça e beiçom. Agora que som sociolistos e nom a tenhem os trabalhadores estám na rua, mas nom pola greve, mas porque ao nom poderem pagar a hipoteca por estar no paro tivérom que passar a ser reserva de força de trabalho pronta para ser explorada por quatro pesos. Oh tempora! Oh mora!

A contruçom no Estado era superior fai um ano e meio a todos os países de Europa importando escravos a tempo parcial (Aristóteles já o dixo antes que Smith e Ricardo) enquanto existia mais dum milhom de "autóctones" desempregados alienados a tempo completo. O PP inça nos inquéritos com a corrupçom por bandeira e parece que imos para o 50% do PIB esfarelado pola mesma em Rússia e nas estruturas do estado 90%.

A que se deve isto? Beiras entende que o sistema bancário, a nível internacional e nom apenas estatal, fabricava - veja-se "Money as a debet"- quartos para especualar. Financiou-se a podredume e a bolha rematou por reventar na cara de promotores, construtores e consumidores. Esquecêrom-se com demasiada rapidez e cobiza de Lord Keines e erguêrom umha sociedade de rendistas com vocaçom de kamikaze e harakiri (Uno, o discípulo mais esgrévio de Marx em Japom também lhes podia valer). A bomba acabárom-na de preencher com disposiçons encarecedoras do aluguer e a sociedade de hipo-proprietários ao passar das doze tornou-se novamente Cinsenta.

A crise de 1973 ainda nom rematou - deve ser pós-moderna- e cada vez é-lhe mais difícil "aos nazis de arestora" liscar dela, distanciando-se cada vez mais da economia real (é a economia política, estúpidos!) através de bolhas, como tam lucidamente tem assinalado Robert Brenner, do teor da das empresas pontocom, a do Silicom Valley, a imobiliária e, em definitiva, a financeira.

Por certo, esquece-se no assunto imobiliário os processos urbanos de reordenaçom descritos com lucidez por David Harvey que convertírom o centro em armadilhas vitalícias para os assalariados e a periferia em bairros-de-lata acarom dos "residenciais" dos pollitos bien que agora paradoxalmente padecem os efeitos do ozono troposférico. Eis o ozono, o troposférico e o estratosférico, e a tragicomédia de Marx.

Porém todo isto é muito mais acuciante quando nom há soberania como na Galiza ou quando é seqüestrada pola bancocracia como em Grécia. Coteje-se desde 1986 Irlanda com Galiza, Portugal com Galiza... coteje-se Islándia com Grécia ou Estónia FMI de por meio.

Giovanni Arrighi compara esta crise cm a crise de 1873-1914, analisada por certo em 1892 por Alfredo Branhas, e nom com a de 1929 com a que nom tem muito a ver. A de 1873 tem a ver com a financiarizaçom quando a Grande Bretanha perde a hegemonia perante a Prússia-Alemanha (desde a guerra franco-prusiana de 1870 com a batalha de Sedám) e os EUA: Compare-se isto hoje com o conflito China-EUA analisado, entre outros, por Ignácio Ramonet ou David Petras, já por nem falar da Índia, de Rússia ou do Brasil com o 8º PIB mais elevado do mundo. No entanto, o RDWS de que falava Godwan tem capacidade para converter todos os estados do mundo, até os velfaristas europeus, em tributários do Império como nos tempos de Roma. Nace en las Indias honrado/ viene a morir a España/ y es en Génova enterrado.

O 21 de Setembro de 1873, dez anos antes da morte de Marx, o New York Times dava conta da histéria com a que os agentes de Wall Street corriam a desfazer-se dos valores, especialmente das acçons em caminhos-de-ferro do grande especulador Jay Gould. Resulta quando menos curioso chamar-lhe valor e acçom ao parasitismo do rendista, como é terrível comprovar quanto de velho tem a manipulaçom das palavras por parte da direita. El Derecho a la vida era já um sindicato amarelo de queda-greves formado em Concurbiom na primavera de 1933 que se alimentava de camponeses do interior (Camarinhas e Mugia) para fazerem frente à demanda legítima de incremento salarial que lhe interpunhera o Sindicato de Ofícios Vários integrado na CNT. Mas voltemos a Nova Iorque, onde Ulysses S. Grandt, presidente dos EUA na altura, se reunia com o secretário do Tesouro e a bancocracia a ver que cabalo de Troia faziam para sair da leia.

Já sabedes o conto nom? Na segunda-feira o governo "injectou" dinheiro nos principais bancos comerciais para evitar um pánico bancário geral, embora a recesom nos EUA fosse longa e chegasse até 1914 (a santa guerra, a Yihad do capitalismo: 1914, 1945, 2020?).

Tratava-se da primeira grande crise financeira do capitalismo globalizado que os teóricos do liberalismo - que novidade!- nom fôrom quem de antecipar. Nom olharam no mês de Maio para Viena, nom logo para América Latina e Oriente Próximo donde 12 estados suspendêrom o pago da dívida. Na Galiza andava o exclaustrado de Os caminhos da vida e o "Ebanista" de Chantada luitando na guerra carlista e a antitética história de Espanha na Galiza seguia o seu desexável curso, enquanto afundia o sonho de Pi i Margall e a I República, que como a II nasceu no meio dumha tempestade perfeita: a de duas crises económicas de magnitude mundial. É-che todo muito pavero, desde Pavia até Tejero e de Restauraçom em Restauraçom até a...

O desenvolvimento do camboio nos EUA e na Europa (lembre-se que na Galiza a via Santiago-Carril tivo de ser financiada pola burguesia local perante a apatia do Estado com a nossa naçom) criara, como na bolha imobiliária, o espelhismo de incrementar os ganhos dos inversores per secula seculorum. A indenizaçom que a França pagou aos junkers prussianos ascendeu a 200 milhons de libras e converteu-se na maior operaçom financeira do século - com a crise batendo de cheio!!!- e desamalhou e impulsou umha especulaçom do capital-financeiro sem precedentes, que pouco mudou Eurolándia!

O celebérrimo Madoff descende também daqueles lodos. No 70, Honduras obtivo um empréstimo extraordinário de Bischoffsheim, mas a emissom de bonos fracassou e Bischoffsheim contratou a um especulador professional, Charles Lefebvre, que criou um mercado artificial para os bonos por meio de agentes contratados colocando-os a um juro de 13%, enquanto o presidente hondurenho recebeu 10.000 libras. Hoje Honduras volta estar na mao desses indesejáveis logo do golpe de estado abeiçoado por Ocidente, nom como os governos eleitos como o de Evo Morales, Correa Calderón ou Hugo Chávez.

Hodierno, em Eurolándia salvam os bancos (e os famosos em Telecinco), quando a dívida pública nom pode ser saldada polos bancos centrais que deixam quartos à banca privada a 1%, com baixada do Euribor, para logo cobrá-los a 4'5% ou até 10% como no caso dos títulos de dívida grega. O mesmo esquema que levou à ruína a Chile, Argentina, Brasil, quase toda África, etc. O fascismo financeiro, novamente Boaventura de Sousa Santos.

III Tempus Fugit

Resulta evidente que com este panorama cada hora do relógio queimada é um passo atrás nas luitas da classe operária e um avanço da burguesia mundial. No derradeiro livro de Giovanni Arrighi, Adam Smith em Pekim, explica-se como "a mao invisível" de Adam Smith era o estado nom o mercado. Nesta crise jogamos que o estado exista e que, aliás, seja democrático e dos cidadaos, segundo Beiras, recuperar a democracia face os regimes nazi-fascistas da década de 30 e que a II Restauraçom bourbónica preconiza com umha crise análoga à ditadura de Miguel Primo de Rivera agora através nom da Unión Patriótico, mas de Rosa Díez de Vivar e UPyD. Essa crise do Reino da Espanha é dupla: ora de ordem económica e social (4 milhons de parados, esgotamento do modelo económico, etc.), ora de ordem jurídico pola pressom, fundamentalmente, da sociedade civil das naçons sem estado e das suas arelas de soberania:

Documentos do propio PP (...) sinalan sen escrúpulo algún dos obxetivos desa cruzada: acabar cos "nacionalismos locales" impondo un "nacionalismo de Estado español"; recuperar "valores del régimen anterio (franquista) injustamente vilipendiados"; atrancar a normalización do euskera no ensino e sabotear a lei do catalán (...); capitalizar eleitoralmente en España os crimes do terrorismo "contemporizando" con il; boicotear o labor de orgaizacións pacifistas como Elkarri (à que pertencia Ernest Lluch) (...); utilizar quantas columnas de inteleituais como Fernando Savater a prol da ideoloxía chovinista do PP.

Um dos problemas da classe operária industrial no centro, aparte da sua mingua, é que está mais alienada do que nunca e perdeu os referentes identitário, e aqui insere-se, por exemplo, o ataque da "brigada de demoliçom e limpeza étnica" contra o galego. Construir umha neolíngua como a do romance 1984 que acompanhe os novos enclousers (e o etnocídio do campesinhado com transgénicos e biocombustíveis por toda a parte para maior abastamento da agro-indústria globalizada), que desmontam e privatizam até a última pedra pública. O capitalismo contrarreformado e remundializado de hoje, di Domènech, semelha-se ao da belle époque do último terço do XIX.

Esta é, segundo Beiras, a crise umha e trina: a económica, há que acabar com o capitalismo antes de que acabe com o planeta; a da desigualdade, miséria, marginalidade, distribuiçom horizontal das rendas do trabalho às do capital, etc.; e a crise do ecossistema, da biosfera. Como intitulava o Ramonet um seu livro A catástrofe perfeita com claro eco cinematográfico.

Nom tem nengum sentido que nengumha naçom sem estado siga jogando o jogo que lhe marca o Estado luitando por estatutos de autonomia. Nega-se a estrutura federal / confederal e, portanto, há que caminhar para a independência para evitar que completem a analfebetizaçom do país.

A situaçom actual do nacionalismo é análoga a da Transiçom a espera dum novo referente ético-político soberanista, libertário, nom dogmático portanto, e revolucionário. Cumpre tecer redes e í-las artelhando, construir leva tempo perante esta involuçom interna e externa e isso é, infelizmente, do que cada vez menos dispomos polo que os passo devem ser arriscados e urgentes para a construçom desse novo sujeito aglutinador que nom pode esperar mais numha Galiza que se esfarela sobre a bota do Habichuela e a globalizaçom ultraliberal descendente e o seu signo unívoco predatório.

No entanto, foi este verao antecipatório da III Assembleia nacional do Encontro Irmandinho, o que me fai desejar para esta irmandade emancipatória e revolucionária mil seituras mais no nosso pailebote manoelantoniano que atravessará as bravas ondas dum percurso que iminentemente dever percorrer-se mar adentro. Os bons e generosos chegaremos a esse país que Tomás Moro chamou Utopia. Dixem.
Itálico


(1) BEIRAS TORRADO, Xosé Manuel: O Estado da nación, Compostela: Laiovento, página 350-1.

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